sexta-feira, 11 de setembro de 2009

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Da ternura. Foi Antônio Rezende quem, à teoria de Freud sobre o desenvolvimento da libido, sugeriu que se acrescentasse a “fase da ternura”. É que o Antônio Rezende, psicanalista, entende que, além da fase oral - que é aquela que inicialmente experimentamos -, da fase anal e da fase genital, que respondem pelo completo desenvolvimento dos nossos desejos sexuais (conforme a classificação freudiana), há uma fase que responde quando os genitais param de responder aos estímulos, quando a libido se vai; trata-se da fase da ternura. Não mais tendo libido, os velhos têm a ternura. O mesmo é sustentado por Rubem Alves, que diz haver “uma diferença fundamental entre a fase da ternura e as fases que a antecedem. Nas fases que a antecedem, a libido busca prazer. Na fase da ternura, ele procura a alegria”. E assim, como num poema de T. S. Eliot, voltamos sempre a este começo: “E o fim de todas as nossas explorações será chegar ao lugar de onde saímos e conhecê-lo então pela primeira vez”. A alegria, ou a felicidade, foi, aos pensadores que antecederam Agostinho e Kant, um proto-imperativo categórico. Nenhuma alegria será verdadeira, no entanto – e aí caímos na “doutrina” da ternura –, se não for como a alegria de uma criança: gratuita. No fim, quando os adultos procuram pela alegria ou pela felicidade, é pela criança que, neles, dentro deles, há muito se perdeu.

3 comentários:

  1. Concordo que a alegria é vital para o bem viver,e que só a exercemos plenamente se a sentimos como quando éramos crianças, pena que definiram o adulto como sendo 'sério' e então a alegria infantil seria vista como imaturidade. Mundo doido esse!hehe Bom texto,Pata!

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  2. "Os velhos tem ternura" não estou aí ainda nao!! Se a alegria do adulto vem através da criança que já se foi, por isso é uma alegria falsa, sem graça, uma alegria com pensamentos tristes. O envolvimento logo cedo das crianças no ambiente social e econômico, tira essa alegria gratuita. Concordo que a alegria de verdade está na tenra idade, e concordo tambem com Clarissa que nem conheco quando diz:"muito doido esse" hehe

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  3. Obrigado pelo comentário, Clarissa, e Marta. Marta, talvez você não seja VELHA, hum? Beijo pras duas. :)

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patativa moog, amor, filosofia, felicidade, paixão, desejo