domingo, 20 de setembro de 2009

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Das loucuras. O amor romântico, ao mesmo tempo em que alguns o tem como didático, enobrecedor, subjetivo e nivelado à Perfeição (cf. 2, 6), é também considerado, por outros, nocivo e enlouquecedor. Ah, é! Inúmeras são as histórias de suicídio elencadas no lastro do amor romântico, da malfadada empreitada de um que sempre esbarra no Outro, objeto tão “seu”, e tão não – e que, justamente por isso, fere os envolvidos, como sal em corte de faca. Loucura, loucura! Por cima, menciono Werther, Romeu, Páris (irmão de Heitor), Dido, Tereu, Fedra, Pedro Abelardo, Ismália... Ah, você não sabe quem é Ismália! Ismália é a personagem (e título) de um poema de Alphonsus de Guimaraens: “Quando Ismália enlouqueceu, / Pôs-se na torre a sonhar... / Viu uma lua no céu, / Viu outra lua no mar. / No sonho em que se perdeu, / Banhou-se toda em luar... / Queria subir ao céu, / Queria descer ao mar... / Como um anjo pendeu / As asas para voar... / Queria a lua do céu, / Queria a lua do mar... / As asas que Deus lhe deu / Ruflaram de par em par... / Sua alma subiu ao céu, / Seu corpo desceu ao mar...” L’amour est un oiseau rebelled; l’amour est enfant de bohème. Se é! Georges Bizet, com a sua Carmen, sabe-o bem. L’amour, ui! Perigon.

Um comentário:

  1. Bonito poema Iamália! venho percebendo em alguns textos, alusões ao suicídio. Somente um trabalho de grande valia ou um projeto mundial de vida, podem fazer alguem entrar pra história atravez do suicídio. Não basta apenas um amor romântico, nem em nome desse amor. Loucura, loucura!! Apague essa ideia!!!

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patativa moog, amor, filosofia, felicidade, paixão, desejo