domingo, 1 de novembro de 2009

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Da felicidade amorosa e da sua necessária eternidade. “Mas, se pensarmos bem”, diz Santo Agostinho em A Cidade de Deus, “ninguém, a não ser o homem feliz, vive como quer. E ninguém é feliz a não ser o justo. Vida feliz, se não se ama, não se tem. Mas, se se ama e se tem a vida feliz, necessariamente que se ama, acima de tudo o mais, a vida feliz – porque é por causa dela que se tem de amar tudo o que se ama. Mas se se ama a vida tanto quanto ela é digna de ser amada (pois não é feliz quem não ama a vida feliz como ela é digna de ser amada), é impossível que quem assim a ama, não deseje que ela seja eterna. Portanto, a vida, quando for eterna, então é que será feliz”. Amor e felicidade, para o Hiponense, só têm sentido temporal se forem, também, eternos. É claro que isso escapa ao sentido puramente físico do amor (seja ele qual for) e da felicidade. Mas isso, mais que um artigo num livro, é assunto para uma tese de não sei quantas mil páginas. No amor romântico, e para fins de resumo, isso se assemelha, sem muitos retoques, a um Bicho de Sete Cabeças.

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patativa moog, amor, filosofia, felicidade, paixão, desejo