sexta-feira, 2 de outubro de 2009

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Das ironias. “Óh! imagens e sonhos da minha juventude! Óh! olhares de amor, que momentos divinos! Como vos desvanecestes rápido! Penso hoje em vós como nos meus mortos”. Palavras de Zaratustra (“O canto do sepulcro”), em Assim falou Zaratustra, de Nietzsche. “Oh! que saudades que eu tenho / Da aurora da minha vida, / Da minha infância querida / Que os anos não trazem mais! / Que amor, que sonhos, que flores, / À sombra das bananeiras, / Debaixo dos laranjais!” Palavras de Casimiro de Abreu (“Meus oito anos”), em As primaveras. Não é irônico que o amor romântico viva da memória ou da perspectiva? Quando não é assim, é o fogo consumidor da paixão cega, e a insensatez de acreditar que o agora é o mesmo que o para sempre. Só o desejo, sempre devindo, mas pela variação da imagem, do objeto, é para sempre – até a morte, pelo menos (a morte pode ser, inclusive, o seu último objeto). Desejo... Não é dramático/irônico que ele, realizado, não seja mais... desejo?

5 comentários:

  1. Hum....modo interessante de pensar.

    Blog muito bom...não sabia que tinha um livro, gostei daqui, vou seguir! ;)

    =**

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  2. Patinhaaaaaa!

    Essa frase no orkut me arrepioooou quando li! Justamente hoje, estava eu conversando com um amigo (psicologo), e foi quase exatamente essa frase que eu disse pra ele!

    beijaaaaaaao

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  3. bom então que o fogo consumidor da paixão cega não é de todo - ou sempre - ruim.

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  4. O amor romântico é o mais lindo que tem. Pode não ser o melhor, o mais inteligente... Ele, o amor, pode até não ser correspondido. Mas, é lindo demaaaaaaaaaais.

    Um beijo, Seu Patativa.

    Tela

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  5. A sensilidade das palavras e forma que foram escritas,My heart wakes up with these words to life and also leads me to death.

    Thanks. God Bless you.

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patativa moog, amor, filosofia, felicidade, paixão, desejo