terça-feira, 6 de outubro de 2009

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Dos acidentes. “[...] todo retrato pintado com sentimento é um retrato do artista, não do seu modelo. O modelo é simplesmente o acidente, a oportunidade. Não é a ele que o pintor revela. Quem se revela sobre a tela colorida é o próprio pintor”. Palavras de Basílio Hallward, personagem de O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde. Da mesma forma que o retrato pintado – Hallward pintara o retrato de Dorian Gray e apresentava-o ao lorde Henry, amigo seu – não revela o modelo, mas aquele que o pintou, assim também o amor de quem ama: ele nunca revela o objeto do amor, o objeto amado, mas aquele que ama. O amor é, sempre, amour de soi. O Outro, o acidente.

Um comentário:

  1. Retrato! assunto empolgante! Vários títulos e o mesmo assunto. No período helênico os retratos passaram a ter aspectos particulares. O retrato de Érico Veríssimo só faltava falar. O bom pintor de retratos fazia o modelo falar, criticar, observar com os olhos o movimento da sala onde ficava preso à parede. Mas quando alguem admirava o retrato dizia: Bom pintor! O modelo não gostava e a criança presente na sala falava: mãe, ele fez uma careta!! kkk... "o amor revela aquele que ama, o outro é o acidente". Obrigada pelos elogios. Você é que é um bom escritor. Os comentários surgem em decorrência dos bons textos. bjos

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patativa moog, amor, filosofia, felicidade, paixão, desejo