quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

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Da re-invenção da vida. O amor, que nem na Quadrilha, de Drummond, é uma ciranda, uma reinvenção da vida a possibilitá-la; uma insatisfação que assim se faz pela satisfação feita e, logo, uma procura que jamais tem fim: “João amava Teresa que amava Raimundo / que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili / que não amava ninguém. / João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, / Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, / Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernades / que não tinha entrado na história”. Lili, embora não amasse ninguém, no poema, casa-se com J. Pinto Fernandes, onde a história termina. Ah!, pobre Fernandes!, pobre Lili! Mas, não são assim todas as histórias de amor? De um jeito ou de outro, se você pensar bem, são. E é por isso que você nunca vai ver/ler: Fulano amava Cicrano, que também o amava, na mesma medida. Não há, nunca, a “mesma medida”.

3 comentários:

patativa moog, amor, filosofia, felicidade, paixão, desejo