quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

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Do sempre amor. “If equal affection cannot be, let the more loving one be me”. Dito por W. H. Auden, no poema “The more loving one”, do livro Homage to clio, que teve a sua primeira edição em 1960. Não é preciso, realmente, “ir adiante”; sempre se vai - não há opção. Como ensinava Dionísio, na sarjeta: a carroça à qual estamos presos, como um cão em sua corda, sempre nos arrasta, é mais forte que nós. De nada adianta a nossa retração; pois que isso só piora a nossa sorte. Saber o tamanho da corda é importante porque, assim, medimos o tanto de liberdade que temos entre o ir e o ser arrastado. Saber dói mais, mas dói menos. De igual modo, saber-se amado, ainda que por um pouco, atenua a dor de amar demais. O sofrimento, dividido, é menos sofrido. Por isso que o cantar dos passarinhos parece tão bonito, e o desabrochar das flores, e a lagarta que vira borboleta. Por toda a parte por todo o mundo, dor.

2 comentários:

  1. Talvez por isso, eu goste tanto das lagartas, dos pássaros, dos morcegos, plantas, e toda forma de vida que eu possa compartilhar meu espanto ( e por que não dizer descrença...) diante da vida...

    Eu fiz um post meio filosofico no meu blog...pode olhar, e ver se não escrevi bobagem? Chama-se: " e se um espermatozóide tivesse escolha?"

    rsrsrsrsrsr

    grande abraço, amo seus textos...páro sempre para refletir...

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  2. Obrigado, Nine (comentei no seu blog)! Obrigado também a Matheus, Clarissa, Nice e Isabella (saudades de ti, mineirinha querida) pelos comentários. O opinião de vcs, contra ou a favor é bem-vinda, e não desejo dar respostas. Feliz Natal pra gente! (P.).

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patativa moog, amor, filosofia, felicidade, paixão, desejo