quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

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Dos conselhos do novo Zaratustra. Se a liberdade é o que tu queres, e se queres obtê-la, não queiras. Sim; não queiras nada! Francisco de Assis entendeu tal preceito pela metade; pois, dejetando as riquezas terrenas, consignou-as à esperança de uma riqueza que acreditava muito maior, supra-terreal. Se quiseres não sofrer, ter fé verdadeira, não deves amar, nem odiar, e nem nascer. Vede quão impossível é o teu desejo, a tua fé vacilante! Nascer é uma passagem violenta, e o destino do vivente é sempre o esquecimento, o Nada que não pode ser dito e nem pensado, e que a todos, ao rico e ao pobre, espera com paciência, com eterna paciência. Feliz é aquele que tem uma morte tranquila, porque o viver é sempre muito custoso: carruagem que se destina ao abismo, e ao Nada que vem depois. Como o Nada que nos espera, assim também é o amor, o amar àqueles que nascem. O desejo único do sábio, por sua sabedoria, deve consistir em saber-se portar dignamente diante da boca aberta do grande abismo, e do Nada. Amar ou odiar é encontrar-se distraído!

2 comentários:

  1. O novo Zaratrusta! Me chamou logo atenção.
    Mas, mais ainda, quando falastes da liberdade. Não desejá-la, talvez, seja a melhor forma de viver tranquilo.
    Mas, é difícil.
    Não nascer. Amei isso!!!
    abraçoo

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  2. Duas palavras: uau! amei!!!

    Larissa!!!

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patativa moog, amor, filosofia, felicidade, paixão, desejo